
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu nesta terça-feira um prazo de dois anos para que governos de todo o mundo desenvolvam estratégias de forma a solucionar o problema — os países têm até 2017 para mostrar que estão tratando o assunto como prioridade.
De acordo com os dados, pelo menos sete bactérias diferentes, responsáveis por doenças como pneumonia, diarreia e infecções sanguíneas, começaram a ganhar resistência. Além disso, ao menos dois medicamentos usados hoje já não funcionam em metade da população, entre eles o antibiótico contra infecções urinárias causadas pela bactéria E.coli. Em 2013, a OMS contabilizou 480 000 novos casos de tuberculose associados à resistência aos remédios, em mais de cem países. No caso da malária, a instituição considera a resistência como uma “preocupação urgente de saúde pública”, diante do impacto em regiões inteiras.
A OMS reforçou que o plano também precisa incluir a saúde animal, fato importante para o Brasil, país com grande produção de carne. Além disso, o plano estabeleceu cinco objetivos: incrementar a conscientização e o conhecimento sobre a resistência, ampliar as pesquisas pelo setor privado, reduzir as incidências de infecção e otimizar o uso de remédios, principalmente os antibióticos.
Os antibióticos mudaram o rumo da medicina a partir dos anos 40 quando o primeiro deles, a penicilina, passou a ser produzido em larga escala, impedindo que infecções bacterianas, como tétano e pneumonia, matassem milhões de pessoas. Porém, se nenhuma solução for encontrada, estima-se que até 2050 cerca de 10 milhões de pessoas possam morrer com doenças que hoje são tratadas com os antibióticos atuais.