Cezar Santos Magalhães, um modesto vendedor de carvão que um dia largou sua terra, Lajedinho, para tentar a vida em Iaçu, a 28 km de Itaberaba, onde virou Zé do Carvão, virou sensação pela curiosa carreira política que o colocou no olho de um furacão.
Cezar se candidatou a vereador em 2012 pelo PSC, ficou na primeira suplência. Pouco depois a vereadora Amiralva Gomes, a Mira, também do PSC, teve um AVC e morreu, ele assumiu. Ano passado se candidatou de novo e mais uma vez ficou na primeira suplência. Pouco antes da posse, Rosival Braga Santos, o Val Cabeção, o eleito pelo PSC, morreu num acidente de carro. Assumiu.
Com a formação de ensino fundamental incompleto, Cezar foi içado à presidência da Câmara pelo prefeito Adelson Oliveira (PPS), para manter sua influência política.
Resultado: a Justiça mandou afastar Adelson, e adivinhe quem é o sucessor?
Acertou. É ele mesmo.
Mas Cezar, que tomaria posse ontem, sumiu por mais de 10 dias. Mas também ontem Adelson ganhou uma liminar mantendo-o no cargo.
Nem por isso o perigo passou. Cezar, que é evangélico, diz que essa confusão toda ‘não é coisa de Deus’, mas virou especialista em ganhar mandato sem ganhar a eleição.
O xis da questão — O caso de Iaçu decorre de irregularidades acatadas pela Justiça na convenção do PCdoB, que apoia Adelson. A decisão contra ele anula a eleição e manda marcar uma nova em 40 dias.
Levi Vasconcelos, A Tarde
Atualização: A vereadora Amiralva Gomes, a Mira, segundo informações de nossos colaboradores, não chegou a falecer.