
Antes de entrar na política, Michel Temer fez carreira na área do direito.
O casal Miguel Elias Temer Lulia e March Barbar Lulia saiu do Líbano em 1925, deixando para trás as dificuldades do período pós-guerra.
Quinze anos depois nascia, em Tietê, interior de São Paulo, o oitavo filho do casal e agora presidente do Brasil, Michel Miguel Elias Temer Lulia.
Antes de entrar pra política Michel Temer se formou na escola de direito da USP e fez doutorado na PUC de São Paulo.
Teve uma carreira acadêmica de sucesso: foi professor e autor de livros de direito que viraram referência nas universidades.
O primeiro cargo público foi em 1964, na secretaria da educação do governo Adhemar de Barros.
Em 1983, já filiado ao PMDB, se tornou procurador-geral do estado, a convite do então governador Franco Montoro.
No ano seguinte, assumiu a secretaria da Segurança Pública de São Paulo.

Foi Temer quem criou a primeira Delegacia da Mulher do país.
Deixou o cargo de secretário pra disputar a eleição pra deputado federal, em 1986.
Não se elegeu, mas ficou na suplência.
Acabou assumindo e participando da Assembleia Constituinte.
Em 1990, Temer voltou a se candidatar a deputado federal. E novamente ficou na suplência.
Foi convidado então, outra vez, para a Secretaria da Segurança de São Paulo, em 1992.
Dessa, vez o convite partiu do governador Luiz Antonio Fleury.
Temer assumiu a secretaria em meio à crise causada depois do massacre do Carandiru, onde 111 presos foram mortos.
Depois da segunda passagem pela Secretaria, Temer se candidataria outras 4 vezes seguidas a deputado federal, vencendo todas.
Sua ascensão política ganhou força durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Se tornou líder do PMDB e, com o apoio do governo, se elegeu presidente da câmara pela primeira vez, em 1997.
Temer se elegeria presidente da casa mais duas vezes, em 99 e 2009. E seria o presidente do PMDB durante 15 anos.
Michel Temer é casado com Marcela Temer. Ele se conheceram e se casaram em 2003.
Na época, Marcela era uma modelo com 19 anos. Michel Temer tinha 62. Os dois têm um filho de 8 anos.
Temer tem ainda três filhas, já adultas, do primeiro casamento, e um filho de 14, de outro relacionamento.
Em 2004, chegou a se lançar candidato a prefeito de São Paulo, mas a candidatura não se sustentou e Temer acabou concorrendo como candidato a vice de Luiza Erundina.
A chapa terminou com menos de 4% dos votos.
No Congresso, Temer foi um dos principais articuladores da aproximação do PMDB com o primeiro governo do presidente Lula.
Já no segundo mandato de Lula, o PMDB passaria a integrar formalmente a base aliada. E foi com o apoio do PT que Temer ganhou sua terceira eleição para presidência da Câmara, em 2009.
“Agora não há eleitores e não eleitores, há deputados do poder legislativo brasileiro”, disse Temer à época.
E, de político aliado, Temer passou a fazer parte do governo. Em 2010, foi eleito vice, na chapa de Dilma Rousseff.
Mas não muito depois da subida da rampa do Planalto, começaram as divergências.
O PMDB ficou com 4 ministérios – e queria mais.
“A busca por governar. E governar envolve a definição de segundo escalão”, comentou Michel Temer na ocasião.
Na candidatura à reeleição, a parceria PT e PMDB se repetiu. Dilma e Temer se reelegeram.
Mas o segundo mandato já começou turbulento.
Em meio ao agravamento da crise política e econômica, o PMDB de Temer apoiou a candidatura de Eduardo Cunha contra o candidato do PT e de Dilma, Arlindo Chinaglia, para a presidência da Câmara. Cunha venceu com quase o dobro dos votos de Chinaglia.
Com o agravamento da crise, Michel Temer foi escalado para ser o articulador político do governo. Uma das principais missões do vice-presidente era conseguir aprovar no Congresso as medidas do ajuste fiscal. Mas o governo também queria que Temer apaziguasse a relação com o PMDB. O que não aconteceu.
“Não vamos ignorar que a situação é, é razoavelmente grave. Não tenho dúvida que é grave. E é grave porque há uma crise política, é, se ensaiando, há uma crise econômica que está tendo, precisando ser ajustada. É preciso que alguém possa, tenha capacidade de reunificar a todos, de reunir a todos e fazer este apelo, eu estou tomando esta liberdade, de fazer esse pedido porque, caso contrário, nós podemos entrar numa crise desagradável para o país”, disse Michel Temer, na ocasião.
Em julho, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, anunciou o rompimento com o governo.
E, duas semanas depois, o próprio Temer anunciou que deixava a coordenação política do governo.
O rompimento final com Dilma Rousseff e com o governo de que fazia parte veio com uma carta à presidente. No texto, Temer dizia: “Sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB hoje e não terá amanhã. Lamento. Mas esta é a minha convicção.”
Após a carta, Temer encontrou a presidente. “Combinamos, eu e a presidenta Dilma que nós teremos uma relação pessoal e institucional que seja a mais fértil possível”, disse Michel Temer, logo após o encontro.
Mas, com o processo de impeachment ainda em andamento no Congresso, veio o vazamento de um áudio. Como se estivesse treinando um discurso, Temer se declarou pronto para assumir o cargo de presidente: “Não quero avançar o sinal. Até imaginaria que eu poderia falar depois da decisão do Senado, mas, evidentemente, sabem todos os que me ouvem que, quando houver a decisão definitiva, a decisão do Senado, eu preciso estar preparado para enfrentar os graves problemas que hoje afligem o nosso país”.
Entre dezenas de nomes de parlamentares e ministros citados nas investigações da Lava Jato, surgiu também o de Michel Temer. Foram 4 referências. Até o momento, consideradas insuficientes pela Procuradoria-Geral da República para justificar um pedido de inquérito.
No Tribunal Superior Eleitoral, segue o processo que pede a cassação da chapa Dilma/Temer, por suposto abuso de poder econômico nas eleições de 2014.
Sobre as citações do nome dele na Operação Lava Jato, Temer diz que fez indicações para a diretoria da Petrobras a pedido da bancada do seu partido. E que, na época, não havia suspeitas sobre os nomes indicados. Ele disse também que as doações recebidas foram declaradas ao Tribunal Eleitoral.
Fonte: G1